terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

EXCESSO E VOCÊ

EXCESSO E VOCÊ

ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ

Amigo, Espiritismo é caridade em movimento.
Não converta o próprio Lar em museu.
Utensílio inútil em casa será utilidade na casa alheia.
O desapego começa das pequeninas coisas, e o objeto conservado, sem aplicação no recesso da moradia, explora os sentimentos do morador.
A verdadeira morte começa na estagnação.
Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova o próprio caminho.
Transfigure os apetrechos, que lhe sejam inúteis, sem forças vivas do bem.
Retire da despensa os gêneros alimentícios, que descansam esquecidos, para a distribuição fraterna aos companheiros de estômago atormentado.
Reviste o guarda-roupa, libertando os cabides das vestes que você não usa, conduzindo-as aos viajores desnudos da estrada.
Estenda os pares de sapatos, que lhe sobram, aos pés descalços que transitam em derredor.
Elimine do mobiliário as peças excedentes, aumentado a alegria das habitações menos felizes.
Revolva os guardados em gavetas ou porões, dando aplicação aos objetos parados de seu uso pessoal.
Transforme em patrimônio alheio os livros empoeirados que você não consulta, endereçando-os ao leitor sem recursos.
Examine a bolsa, dando um pouco mais que os simples compromissos da fraternidade, mostrando gratidão elos acréscimos da Divina Misericórdia que você recebe.
Ofereça ao irmão comum alguma relíquia ou lembrança afetiva de parentes e amigos, ora na Pátria Espiritual, enviando aos que partiram maior contentamento com tal gesto.
Renovemos a vida constantemente, cada ano, cada mês, cada dia...
Previna-se hoje contra o remorso amanhã.
O excesso de nossa vida cria a necessidade do semelhante.
Ajude a casa de assistência coletiva.
Divulgue o livro nobre.
Medique os enfermos.
Aplaque a fome alheia.
Enxugue lágrimas.
Socorra feridas.
Quando buscamos a intimidade do Senhor, os valores mumificados em nossas mãos ressurgem nas mãos dos outros, em exaltação de amor e luz todas as criaturas de Deus.

MINHA REFLEXÃO
A mensagem de André Luiz se reporta ao Item 10 do Cap. XIII do ESE, em que um Espírito Protetor fala da simplicidade que é praticar a caridade. Diz ele que a caridade dispensa posse e riquezas.
Ao nosso redor se encontram uma diversidade de sofredores, sejam encarnados ou desencarnados. Em se tratando dos encarnados, muito se pode fazer pelo nosso semelhante, independentemente do dinheiro: uma palavra amiga e consoladora; a dispensa de um vestuário ou mobiliário inerte em nossa casa; uma oração pelos sofrem toda sorte de privação; uma “esmola” que excede o que é pedido numa mendicância.
Deus olha a todos indistintamente e não deixa ninguém sem uma assistência, por mais que pareça. Para isso conta com todos que se dispõe como “trabalhador da última hora” para tal mister.
Todavia, toda ação caridosa deve feita sem ostentação para que o reconhecimento não se dê apenas na Terra, pois a verdadeira recompensa o Espírito recebe depois que deixa o corpo físico, a começar pela assistência dos Espíritos que o aguardam grato pelo seu altruísmo.
O prêmio pela caridade sem ostentação é o prêmio da consciência tranqüila de um Espírito encarnado que por ser fervoroso, vigilante e disciplinado, enfrenta todas as tentações da avareza, da prodigalidade e do orgulho inconformado.
Encerro essa minha reflexão com a exortação do Espírito Protetor que ditou a mensagem inspiradora de André Luiz.
“Meus amigos, a cada novo regimento o general fornece uma bandeira. Eu vos dou a minha, este ensinamento do Cristo: Amai-vos uns aos outros. Praticai-o. Reuni-vos ao redor desta bandeira e recebereis a felicidade e a consolação”.