sábado, 12 de setembro de 2009

NEM CASTIGO, NEM PERDÃO

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NEM CASTIGO, NEM PERDÃO


ANDRÉ LUIZ
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 5 do CAP. V do ESE



O espírita encontra na própria fé – o Cristianismo Redivivo – estímulos novos para viver com alegria, pois, com ele, os conceitos fundamentais da existência recebem sopros poderosos de renovação.
A Terra não é prisão de sofrimento eterno.
É escola abençoada das almas.
A felicidade não é miragem do porvir.
É realidade de hoje.
A dor não é forjada por outrem.
É criação do próprio espírito.
A virtude não é contentamento futuro.
É júbilo que já existe.
A morte não é santificação automática.
É mudança de trabalho e de clima.
O futuro não é surpresa atordoante.
É conseqüência dos atos presentes.
O bem não é o conforto do próximo, apenas.
É ajuda a nós mesmos.
Deus é Equidade Soberana, não castiga e nem perdoa, mas o ser consciente profere para si as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas.
Nossa conduta é o processo, nossa consciência, o tribunal.
Não nos esqueçamos, portanto, de que, se a Doutrina Espírita dilata o entendimento da vida, amplia a responsabilidade da criatura.
As raízes das grandes provas irrompem do passado – subsolo da nossa existência – e, na estrada da evolução, quem sai de uma vida e entra em outra, porque berço e túmulo são, simultaneamente, entradas e saídas em planos da Vida Eterna.



MINHA REFLEXÃO
André Luiz faz uma reflexão belíssima sobre texto que se encontra no rodapé dessa postagem.
Kardec, em sua dissertação contida no Item 5 do Cap. V do ESE, nos faz lembrar que a Lei humana é superficial por não atingir nossas faltas em relação a nós mesmos. Mas qual não é? Se refletirmos bem, à luz da Doutrina Espírita, toda falta cometida por nós tem como primeiro afetado nós mesmos, pois senão não teríamos que viver o mesmo que fizemos os outros passarem em vidas passadas ou conviver com aqueles que foram nossos adversários para nos reconciliarmos e dar eles a oportunidade do perdão tão necessitado por nós.
Deus, pela sua lei da reencarnação já nos perdoa, sem nos perdoar, se é isso que André Luiz quer dizer, considerando que não somos premiados pelas penas eternas como alguns credos pregam, mas sim, por uma nova oportunidade de tentar acertar e construir uma felicidade meritória. As dores, que purgam as mazelas espirituais do ser humano, nada mais são que “(...) uma advertência de que procedeu mal”. Elas lhes dão experiências, que “fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, conseqüentemente, a sua felicidade futura.” (Item 5 do CAP. V do ESE)
O que mais nos toca na mensagem do André Luiz é a certeza que seremos mais cobrados quanto mais conhecimentos adquirirmos e isso muitas vezes nos pesa na consciência.
Que sejamos mais sensatos e voltados para a nossa felicidade futura, contribuindo assim, também, com a felicidade de nossos semelhantes.
PAZ E ALEGRIAS.


Item 5 do CAP. V do ESE - A lei humana atinge certas faltas e as pune. Pode, então, o condenado reconhecer que sofre a conseqüência do que fez. Mas a lei não atinge, nem pode atingir todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo â sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem, Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto, Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis conseqüências, mais ou menos deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, conseqüentemente, a sua felicidade futura.
Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal, Põe-se então o homem a dizer: "Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso teria evitado! Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há mais tempo!" Como o obreiro preguiçoso, que diz: "Perdi o meu dia", também ele diz: "Perdi a minha vida". Contudo, assim como para o obreiro o Sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o Sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.