quarta-feira, 16 de abril de 2008

EM PLENA ERA NOVA

Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram! (S. MATEUS, cap. VII, vv. 13 e 14.)

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EM PLENA ERA NOVA

Eurípedes Barsanulfo
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o CAP. XVIII – Item 9 do ESE

Há criaturas que deixaram, na Terra, como único rastro da vida robusta que usufruíram na carne, o mausoléu esquecido num canto ermo de cemitério.
Nenhuma lembrança útil.
Nenhuma reminiscência em bases de fraternidade.
Nenhum ato que lhes recorde atitudes como padrões de fé.
Nenhum exemplo edificante nos currículos da existência.
Nenhuma idéia que vencesse a barreira da mediocridade.
Nenhum gesto de amor que lhes granjeasse sobre o nome o orvalho da gratidão.
A terra conservou-lhe, à força, apenas o cadáver – retalho de matéria gasta que lhes vestira o espírito e que passa a ajudar, sem querer, no adubo às ervas bravas.
Usaram os empréstimos do Pai Magnânimo exclusivamente para si mesmos, olvidando estendê-los aos companheiros de evolução e ignorando que a verdadeira alegria não vive isolada numa só alma, pois que somente viceja com reciprocidade de vibrações entre vários grupos de seres amigos.
Espíritas, muitos de nós já vivemos assim!
Entretanto, agora, os tempos são outros e as responsabilidades surgem maiores.
O Espiritismo, a rasgar-nos nas mentes acanhadas e entorpecidas largos horizontes de ideal superior, nos impele para a frente, rumo aos Cimos da Perfectibilidade.
A humanidade ativa e necessitada, a construir seu porvir de triunfos, nos conclama ao trabalho.
O espírito é um monumento vivo de Deus – o Criador Amorável. Honremos a nossa origem divina, criando o bem como chuva de bênçãos ao longo de nossas próprias pegadas.
Irmãos, sede os vencedores da rotina escravizante.
Em cada dia renasce a luz de uma nova vida e com a morte somente morrem as ilusões.
O espírito deve ser conhecido por suas obras.
É necessário viver e servir.
É necessário viver, meus irmãos, e ser mais do que pó!

MINHA REFLEXÃO

O trecho do ESE que inspirou Eurípedes Barsanulfo foi uma assertiva encontrada no Cap. XVIII (MUITOS OS CHAMADOS, POUCOS OS ESCOLHIDOS) que nos exorta a pensar o que estamos fazendo para merecer o Reino de Deus. Kardec nos ensina que não basta a multiplicidade de palavras nas orações que vão nos dar o cartão de entrada no reino divino, mas sim as nossas ações em relação ao semelhante e a nós mesmos.
Na mensagem de Eurípedes Barsanulfo, ele particulariza um grupo de pessoas adeptas ao Espiritismo, lembrando que em outras existências, e entendo que nessa também, até então, nós espíritas fomos muito mais preguiçosos do que trabalhadores da última hora. Ou seja, nunca estivemos disponível ao trabalho na Seara Divina.
O Espiritismo pode ser essa oportunidade de fazermos parte de trabalhadores do Cristo, como as outras religiões também, pois é a Religiosidade que nos salva e não a Religião. O Espiritismo nos ensina que fora da Caridade não há Salvação.
Então, precisamos sim, como nos lembra Eurípedes Barsanulfo, “ser mais do que pó”.
Somos muitas vezes escravos do trabalho e ele passa a ser uma desculpa para não fazermos nada pela nossa alma, no que diz respeito a um trabalho sistemático de estudo, ajuda ao próximo e reforma íntima.
Pelo contrário, em geral, ficamos presos ao trabalho, à família, aos amigos, sem construir em torno deles um ideal religioso, e sem influenciar-lhes a mudar de vida a tomar um outro rumo diferente do que vem tomando, quando é em prejuízo a sua alma. Pelo contrário, fazemos o que é mais fácil fazer: ser só um número a mais na sintonia de gostos e prazeres.
Entendo que muitas pessoas se iludem, se acomodando no que fazem ou vivem, por acharem que não são piores que as pessoas que procuram uma religião e se esforçam para se melhorarem nesse ou naquele aspecto, deixando até hábitos que entendem que o prejudicam. Certos que não são, se são boas pessoas.
No entanto, estamos na Terra para evoluir, voltar ao plano espiritual melhores que chegamos e não depositar o corpo na vala comum se mostrando como realmente é, igual chegou.
Reformar-se para atingir o Reino de Deus, deve ser o móvel de todo religioso que mecanicamente dizem “Senhor, Senhor....”

Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade das vossas palavras e das vossas genuflexões. O caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática sincera da lei de amor e de caridade." ALLAN KARDEC - ESE, CAP XVIII, Item 9