quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

VOCÊ E OS OUTROS

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VOCÊ E OS OUTROS



ANDRÉ LUIZ
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 9 do Cap. XIII do ESE



Amigo, atendamos ao apelo da fraternidade.
Abra a própria alma às manifestações generosas para com todos os seres, sem trancar-se na torre das falsas situações perante o mundo.
A pretexto de viver com dignidade, não caminhe indiferente ao passo dos semelhantes.
Busque relacionar-se com as pessoas de todos os níveis sociais, tendo amigos além das fronteiras do lar, da fé religiosa e da profissão.
Evite circunspecção constante e a tristeza sistemática que geram a frieza e sufocam a simpatia.
Não menospreze a pessoa mal vestida nem a pessoa bem-posta.
Não crie exceções na gentileza para com o companheiro menos experiente ou menos educado, nem humilhe aquele que atenta contra a gramática.
Não deixe correr meses sem visitar e falar aos irmãos menos favorecidos, ignorando a dor que acaso exista.
Não condicione as relações com os outros ao paletó e à gravata, às unhas esmaltadas ou aos sapatos brilhantes que possam mostrar.
Não se escravize ao título convencional e nem exagere as exigências da sua posição em sociedade.
Dê atenção a quem lhe peça, sem criar empecilhos.
Trave conhecimento com os vizinhos, sem qualquer solenidade.
Faça amizade desinteressadamente.
Aceite o favor espontâneo e preste serviço também sem pensar em remuneração.
Ninguém pode fugir à convivência da Humanidade.
Saiba, pois viver com todos para que o orgulho não lhe solape o equilíbrio.
Quem se encastela no próprio espírito é assim como o poço de água para da que envenena a si mesmo.
Seja comunicativo.
Sorria à criança.
Cumprimente o velhinho.
Converse com o doente.
Liberte o próprio coração, destruindo as barreiras de conhecimento e fé, título e tradição, vestimenta e classe social, existentes entre você e as criaturas, e a felicidade que você fizer para os outros será luz da felicidade sempre maior brilhando em você.

MINHA REFLEXÃO
Esta mensagem de André Luiz, conforme o seu caput, se relaciona com o Cap. do ESE, intitulado “Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita.” (S. MATEUS, cap. VI, vv. 1 a 4.)* , e, em particular, se reporta ao item 9, intitulado “Caridade material e caridade moral”. Esse item é uma mensagem do Espírito Irmã Rosália que nos ensina a viver as duas caridades: a material, que trata do assistencialismo aos desfavorecidos de toda sorte e a moral, que trata do nosso relacionamento com aqueles que Deus coloca no nosso caminho para nos provar a paciência, tolerância, humildade e o perdão. Ela nos ensina, ainda, que não devemos repelir ninguém que nos bate a porta do coração, pois podemos estar a repelir um ente querido de outras encarnações**.
Entretanto, essa mensagem também nos lembra outra discussão evangélica, relacionada à perfeição espiritual. Ela nos reporta ao Capítulo XVII “Sede Perfeitos”*** do ESE. Nesse capítulo, trata-se do dever, da virtude, do homem de bem, do bom espírita, a relação entre superiores e inferiores, o cuidado que devemos ter com o corpo e com o espírito e o Item 10, intitulado, “O homem no mundo”, sobre o qual queremos nos deter, pois a mensagem nos faz pensar na nossa posição no mundo. Para mim, essa mensagem é a “cara” da de Andre Luiz, que estamos refletindo.
A mensagem do Espírito Protetor, no Cap. XVII, nos faz lembrar que estamos no mundo para servir uns aos outros sem distinção. Desse modo, todos são dignos de nossa atenção, em qualquer lugar em que estivermos. Não devemos nos isolar e nem assumir espírito de grupo, seja religioso ou profissional como nos exorta André Luiz, e muito menos assumir posturas de circunspecção constantes, pois a alegria deve ser uma constante em nossas vidas. Se não fosse assim, deixaríamos de ser uma pessoa comum por nos tornarmos espíritas****.
Pensemos que estamos no mundo para nos aperfeiçoar e a construção desse aperfeiçoamento não se dá pelo isolacionismo, e sim, pelo encontro com as pessoas que, como nós, reencarnaram com o mesmo fim: progredir.
Aos espíritas, que sejamos bons espíritas, como A. Kardec nos ensinou e lembremos que, segundo ele, reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
Que Deus nos ilumine.
PAZ E ALEGRIAS


* Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. – Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. - Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. - (S. MATEUS, cap. VI, vv. 1 a 4.)
** Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral (Irma Rosália – Paris – 1860).
*** Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. - Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? - Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? – Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
**** Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta. (Um Espírito Protetor – Bordéus, 1863.)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

MENSAGEM DA CRIANÇA AO HOMEM

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MENSAGEM DA CRIANÇA AO HOMEM


MEIMEI
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 4 do Cap. VIII do ESE



Construíste palácio que assombram a Terra; entretanto, se me largas ao relento, porque me faltem recursos para pagar hospedagem, é possível que a noite me enregele de frio.

*

Multiplicaste os celeiros de frutos e cereais, garantindo os próprios tesouros; contudo, se me negas lugar à mesa, porque eu não tenha dinheiro a fim de pagar o pão, receio morrer de fome.

*

Levantaste universidades maravilhosas, mas, se me fechas a porta da educação, porque eu não possua uma chave de ouro, temo abraçar o crime, sem perceber.
*
Criaste hospitais gigantescos; no entanto, se não me defendes contra as garras da enfermidade, porque eu não te apresente uma ficha de crédito, descerei bem cedo ao torvelinho da morte.
*
Proclamas o bem por base da evolução; todavia se não tens paciência para comigo, porque eu te aborreça, provavelmente ainda hoje cairei na armadilha do mal, como ave desprevenida no laço do caçador.
*
Em nome de Deus que dizes amar, compadece-te de mim!...
Ajuda-me hoje para que eu te ajude amanhã.
Não te peço o máximo que alguém talvez te venha a solicitar em meu benefício...
Rogo apenas o mínimo do que me podes dar para que eu possa viver e aprender.


MINHA REFLEXÃO
Meimei, um Espírito materno, vem, nessa mensagem, em favor das crianças abandonadas, que sabemos existir, e que nesse momento passam necessidades como ela coloca.
A mensagem de Meimei parece um apelo às autoridades políticas, que representam a sociedade, no sentido de uma maior atenção às crianças abandonadas, ou mesmo aquelas que vivem protegidas pelos pais, mas à margem da sociedade.
Parece um pedido ao Espírito humano encarnado na Terra para que olhe as crianças órfãs de tudo, que na verdade são Espíritos em expiação ou prova (em geral em expiação).
O item 4 do Capitulo VIII – Bem Aventurado os que têm puro o coração – nos trás a reflexão de A. Kardec sobre a inocência da criança, que por natureza deve ter um corpo proporcional a capacidade intelectual do Espírito que o habita e por bom senso, ser dócil as impressões educativas que deve receber nos primeiros anos de vida, no sentido de tornar-se melhor do que chegou. Se não fosse um “anjo” ninguém o suportaria, em particular a sua mãe.
Que essa carta tenha eco no conjunto de políticas públicas, mas, sobretudo, que possamos de nossa parte, fazer o que for possível, apoiando uma iniciativa, seja social ou religiosa, que visa dar uma atenção caridosa às crianças abandonadas.
Que Deus nos ilumine.
PAZ E ALEGRIAS