quinta-feira, 9 de abril de 2009

ENCONTRO MARCADO


Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos. Deixai venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de amparo e consolação. Deixai venham a mim os ignorantes, para que eu os esclareça. Deixai venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? É o amor, é a caridade! Se possuís esse fogo divino, que é o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida: “Meu Pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porquanto é para meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as alegrias sãs, bendito sejas ainda. Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu reconhecimento!” Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar. Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor. – Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)


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ENCONTRO MARCADO



MEIMEI
Psicografada por Chico Xavier
Sobre o Item 19 do Cap. VIII do ESE




Quando a aflição lhe bateu à porta, o discípulo tomou as notícias do Senhor e leu-lhe a promessa divina: - “Estarei convosco até ao fim dos séculos...”
Acendeu-se-lhe a esperança no imo dalma.
E, certa manhã, partiu à procura do Mestre, à feição da corça transviada no deserto, quando suspira pela fonte das águas vivas.
Entrou num templo repleto de luzes faiscantes, onde se lhe venerava a memória; todavia, não obstante sentir que a fé aí brilhava entre cânticos reverentes e flores devotas, não encontrou o Divino Amigo.
Buscou-o nos vastos recintos, onde se lhe pronunciava o nome com inflexão de supremo respeito; contudo, apesar de surpreender-lhe o ensinamento puro, no verbo daqueles que sobraçavam dourados livros, não lhe anotou a presença.
Na jornada exaustiva, gastou as horas... Em vão, atravessou portadas e colunas, altares e jardins.
Descia, gélida, a noite, quando escutou os gemidos de uma criança doente, abandonada à sarjeta.
Ajoelhando-se, asilou-a amorosamente na concha dos próprios braços. Ao levantar os olhos, viu Jesus, diante dele, e fremente, bradou:
- Mestre! Mestre!...
O Excelso Benfeitor afagou-lhe a cabeça fatigada, como quem lhe expungia toda a chaga de angústia, e falou, compassivo:
- Realmente, filho meu, estarei com todos e em toda parte, até ao fim dos séculos; no entanto, moro no coração da caridade, em cuja luz tenho encontro marcado com todos os aprendizes do bem eterno...
Debalde, tentou o discípulo reter o Senhor de encontro ao peito...
Através da neblina espessa das lágrimas a lhe inundarem o rosto mudo, reparou que a celeste visão se diluía no anilado fulgor do céu vespertino, mas, na acústica do próprio ser, ressoavam para ele agora as palavras inesquecíveis:
- Toda vez que amparardes a um desses pequeninos, por amor de meu nome, é a mim que o fazeis...

MINHA REFLEXÃO

Duas belíssimas mensagens, a primeira, e de um Espírito Protetor, psicografada no nascedouro do Espiritismo que foi grafada no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo e a segunda de Meimei, psicografada no século XX, por Chico Xavier. Ambas nos fazem refletir sobre o desamparo em que muita gente hoje vive constituindo uma grande seara da caridade.
Os verdadeiros adeptos do Cristianismo não se encastelam em seus recintos de estudos. São conscientes da existência de pessoas que passam dificuldades de toda sorte e vão ao seu encontro, pois Jesus, como ele mesmo nos ensinou, não veio ao mundo pelos fortes, mas pelos fracos e humildes de coração.
Se quisermos ir ao encontro do Mestre, uma longa estrada deverá ser trilhada na qual deveremos fazer de tudo para seguirmos o exemplo Dele. Essa estrada se chama Exercício do Amor.
Difícil é ter/viver o Amor. Como o Espírito Protetor fechou sua mensagem:
Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor. – Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)
Entendo que ter o Amor significa construir a pureza no coração, que, em outras palavras, é: não ter prevenção, cuidar das palavras, exercer o silêncio antes de ter certeza de o que vai falar não afetará o semelhante. Que exercício difícil, não? Pois somos a toda hora provados que não temos o Amor no coração. Ainda bem que o Mestre não nos abandona, deixando sempre claro em que lugar o acharemos de preferência.
Paz e alegrias a todos e a todas que visitam esse blog e que a lembrança de Jesus nesse período em que comemora a PAIXÃO DO MESTRE seja um tonificante para todos nós que queremos voar para bem alto no sentido de ver a Terra apenas como um Planeta escola que já nos foi útil enquanto espíritos reencarnantes e que uma volta a ele possa significar uma possibilidade do exercício do amor aos menos favorecidos de Boa Nova
Cristã.