terça-feira, 28 de julho de 2009

LETREIROS VIVOS

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LETREIROS VIVOS


ANDRÉ LUIZ
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 3
[i] do Cap. XVII do ESE


Nas faixas mínimas da sua experiência cotidiana surge o roteiro humano que você representa para os outros.
Os traços dos semblantes pintam-lhe o clima interior.
Os seus objetos de uso pessoal compõem o edifício da sua simplicidade.
A ordem dos seus afazeres indica-lhe o grau de disciplina.
O cumprimento das suas obrigações denuncia-lhe o valor da palavra empenhada.
O teor da amizade de seus vizinhos, para com a sua pessoa, qualifica a sua capacidade de se fazer entendido.
O diapasão da sua palestra dá o tom da sua altura intima.
A segurança da sua opinião traduz a firmeza dos seus ideais.
Os tecidos que lhe envolvem o corpo configuram-lhe o senso de naturalidade.
As iguarias da sua mesa revelam-lhe o papel do estômago no mundo moral.
A natureza do cuidado com o seu físico fala francamente de suas possíveis relações com a vaidade.
O seu presente diz, para todos, o que você foi no passado e o que você será no porvir, com reduzidas possibilidades de erro.
A uniformidade entre o movimento das suas idéias, dos seus conceitos e das suas ações disseca, à vista de todos, a fibra da sua vontade.
Todas as criaturas que lhe partilham a existência lêem incessantemente os letreiros vivos que lhe estabelecem a verdadeira identidade nos panoramas da Vida, respondendo-lhe as mensagens inarticuladas com aversão ou simpatia, contentamento ou desagrado, conforme a sua plantação de bem ou mal.

MINHA REFLEXÃO
A mensagem de André Luiz tem relação com a perfeição humana. Inspirou-se na dissertação de Allan Kardec a respeito do Homem de bem. Ela é muito oportuna, considerando que somos o reflexo de nossas ações e/ou pensamentos. As ações são vistas pelos encarnados e desencarnados e o que pensamos é registrado somente pelos desencarnados, até que revelamos involuntariamente aquilo que a priori era um segredo, algo guardado na alma, que pode ser o móvel de um sentimento vivido sem poder viver ou mesmo um hábito reprovável por aqueles que nos consideram ou mesmo a sociedade em geral, pela evolução que ja atingiu. Coisas das almas milenares comprometidas com a Lei e/ou com as pessoas que convivem com elas.
Assim, o que fazemos, pensamos e nos preocupamos hoje revelam muito o que somos, o que fomos, queremos ser no futuro (mesmo inconsciente) - felizes ou sofredores, nessa ou nas existências seguintes a que vivemos agora.
O que fazemos de nossa vida hoje é a construção de dor ou felicidade nessa ou na(s) vida(s) futura(s), aproximando ou afastando aqueles que nos querem bem hoje.
E com nossas ações podemos construir clima de convivência agradável ou não.
Se já agimos contrário ao homem de bem, que Deus nos perdoe, além daqueles que sofreram com as nossas ações irrefletidas em algum momento de nossas vidas.
E que Deus nos proteja de nós mesmos...rs (gente imperfeita e teimosa, é o que somos, não? ). Devemos ser indulgentes uns com os outros.
Seremos um dia homens de bem (espíritos felizes) refletindo nas ações e pensamentos apenas a imagem de integridade com o Pai Maior.
Só depende de nós, optando sempre pelo caminho do Amor e Justiça.
PAZ E ALEGRIAS!!
[i] O HOMEM DE BEM
3. O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. studa suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e
benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e seempenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.)
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.