domingo, 21 de dezembro de 2008

VIGÍLIA MATERNAL

Questão n. 890 do Livro dos Espíritos – Será uma virtude o amor materno, ou um sentimento instintivo, comum aos homens e aos animais? Resp. – Uma coisa e outra. A natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais; cessa quando desnecessários se tornam os cuidados. No homem, persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes. Sobrevive mesmo à morte e acompanha o filho até no além-túmulo. Bem vedes que há nele coisa diversa do que há no amor do animal.

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VIGÍLIA MATERNAL


MEIMEI
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 18 do Cap. IV do ESE


Sorve, em lágrimas silenciosas, o cálice da amargura, ante o filho desobediente, e notas no coração que o amor e a dor palpitam juntos em paroxismo e profundezas.
Desencantada com as leves nódoas de indignidade que lhe entreviste no caráter, reparas, chorando, que ele não é mais a aparição celeste dos primeiros dias, e, ao ponderar-lhe a falência iniciante, temes a liberdade que o tempo lhe concederá na construção do destino.
Pretextando querê-lo, não te rendas à feição de praça vencida... Conquanto carregues o espinho da angústia engastado na alma, é preciso velar no posto de sentinela.
Não deformes o sentimento que te pulsa no peito.
Fortalece a própria vontade, governando-lhe os impulsos.
Ceder sempre, no fundo, é menosprezar.
Sê previdente, aparando-lhe os caprichos.
Acende a luz da prece e medita nas dores excruciantes que alcançaram também a Doce Mãe de Jesus e ergue a voz no corretivo às irreflexões e aos anseios imoderados que o visitam, se queres fazer dele um Homem.
Dosa o sal da energia e o mel da brandura, nos condimentos da educação.
Nem liberdade desordenada, nem apego excessivo.
Se teu filho é tua cruz, lembra-te de que, na Terra não há nascimento de santos. Almas em luta consigo mesmas, é compreensível vivamos todos nós, não raro, em luta uns com os outros, nos passos ziguezagueantes da experiência.
Sê operosa e humilde, sem ser escrava.
Não cultives desgostos.
Não fites ingratidões, nem coleciones queixumes.
A missão divina da maternidade apóia-se na força onipotente do amor.
Envolve teu filho na palavra de benção, que vence o orgulho, e na luz do exemplo que dissipa as sombras da rebeldia.
Faze que se lhe desenvolvam os sentimentos bons do coração, que o musgo dos séculos recobriu e ocultou.
Não te faças borboleta do sonho, quando a vida te pede vigílias de guardiã.
No rio da existência humana, os espíritas são as gotas d’água que se transformam em lâminas de arremesso contra as pedras dos obstáculos, talhando caminhos novos.
O Espiritismo gera consciências livres. Prova a teu filho semelhante verdade pelas próprias ações de renúncia e discernimento, conjugando o bálsamo do carinho com a rédea da autoridade.
Não queiras transformá-lo, à força, em escolhido, dentre aqueles chamados pelo Senhor.
Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da Eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
Assim, pois, embora muita vez torturada na abnegação incompreendida, mostra a teu filho que a Lei Divina é insubordinável e que todo espírito é responsável por si próprio.

MINHA REFLEXÃO

Os laços de família são fortalecidos pela reencarnação e rompidos pela unicidade da existência (Cap. IV, Item 18 em diante, do Evangellho Segundo o Espiritismo). Eis o ensinamento espírita sobre a reencarnação. Vivemos em luta pelo nosso aperfeiçoamento e nem sempre reencarnamos com Espíritos afins, mas, com certeza, se viemos morar junto em família, foi por que Deus oportunizou um estreitamento de laços com aqueles que juntos vivemos momentos de queda no passado.
A reencarnação tem esse fim, fazendo parte de uma programação evolutiva para cada Espírito que reencarna. Segundo os nossos irmãos espirituais mais evoluídos, temos na Espiritualidade uma família sólida pela afinidade do pensamento. Nem sempre descemos a viver em família na Terra, mas ao deixarmos o corpo nos reencontramos e alimentamos a fraternidade existente entre nós.
Na Terra devemos buscar aumentar essa família nos reconciliando com os nossos adversários do passado e/ou reencaminhando a quem ajudamos a cair. Então, é aí que surgem os problemas com filhos e/ou irmãos consangüíneos difíceis. Em se tratando das mães que em si brota um sentimento de preocupação, às vezes excessivo, que é premiado pela decepção da desobediência por parte do filho que mais dá preocupação, é que o Espírito Anália Franco vem através dessa belíssima mensagem orientar as mães que sofrem desse padecimento diuturno e sacrificante.
Não há como transformar uma pessoa, pois isso depende muito mais dela do que de qualquer pessoa, em particular, os pais. Os pais podem muito ajudar nesse desiderato oferecendo a evangelização infanto-juvenil, auxiliando no diálogo e dando exemplos de cuidado com a sua própria transformação moral. Isso deveria ser bem evidente ao longo da infância, seguida da adolescência. Mas nem sempre isso se dá, pois os pais são também imperfeitos, e muitas vezes o filho se volta contra os pais quando o evidencia em erros que caracterizam a sua imperfeição, como se pedisse que não se importasse com o seu modo de viver, já que eles não são também perfeitos.
Isso se traduz em desgostos paternais e pode nascer, mais nos pais que nas mães, um sentimento de abandono. Nesse caso, buscamos o Livro dos Espíritos que nos esclarece na questão 892:
Quando os filhos causam desgostos aos pais, não têm estes desculpa para o fato de lhes não dispensarem a ternura de que os fariam objeto, em caso contrário? Resp.: Não, porque isso representa um encargo que lhes é confiado e a missão deles consiste em se esforçarem por encaminhar os filhos para o bem (552-583). Demais, esses desgostos são, amiúde, a conseqüência do mau feitio que os pais deixaram que seu filhos tomassem desde o berço. Colhem o que semearam.”

Entretanto, há casos em que, os pais tendo conduzido os filhos à evangelização e mostrado sempre o caminho mais conveniente para um progresso espiritual, nem sempre pelo exemplo, mas nunca descuidando pela palavra, o filho, assim, mesmo causa desgostos por chegar à fase adulta com comportamentos contrários ao que lhe foi orientado na infância e adolescência.
Pela imperfeição dos pais, a autoridade se fragiliza e o sofrimento se acentua, em particular para as mães cujos sentimentos de proteção e abnegação são muito maior que o do pai, em geral.
Mas, Deus é misericordioso e não pune os pais pela queda do filho se eles tudo fizeram pelo contrário, como nos esclarece o Espírito Santo Agostinho no Cap. 14 (HONRAI VOSSO PAI E VOSSA MÂE) do Evang. Segundo o Espiritismo numa mensagem intitulada “A ingratidão dos filhos e os laços de família”:
(...) Quando os pais fizeram tudo o que deviam para o adiantamento moral dos filhos, e, apesar de tudo, não alcançaram êxito, sua consciência poderá ficar tranqüila, e é natural o desgosto que sintam por verem fracassados todos os esforços feitos. Deus lhes reserva uma grande, uma imensa consolação, na certeza de que isso é apenas um atraso, e que lhes será permitido terminar, em uma outra existência, a obra começada nesta, e que um dia o filho ingrato os recompensará com o seu amor”.

PAZ E ALEGRIAS PARA TODOS E TODAS, UM NATAL COM O CRISTO E UM ANO NOVO CHEIO DE PROSPERIDADE E AVANÇO MORAL