quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SÊ COMPASSIVO

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SÊ COMPASSIVO

CAIRBAR SCHUTEL
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 17 do Cap. XIII do ESE

Sem compaixão não há caridade.
As lágrimas vertidas ao calor vívido da piedade corroem as densas cadeias da provação.
Desterremos de nós a insensibilidade crua diante das telas de Angústia que se desenrolam em nossa estrada.
A piedade e a simpatia espontânea e desinteressada que se antepõe antipatia gratuita ou despeitosa. Ela deve induzir-nos à prática do socorro moral e material, junto daqueles que no-la despertam, sem o que se torna infrutífera.
Quando o sofrimento alheio não nos sensibiliza, a Orientação Divina estatui venhamos a experimentá-lo igualmente para avaliar a dor do próximo e nos predispormos a ampará-lo.
Só a piedade consoladora traz alegria ao espírito, criando elevação e valor. Fujamos à compaixão aparente que se manifesta em lágrimas de crocodilo, gestos e exclamações pomposas, nos cenários artificiais do fingimento.
Mede-se a comiseração pelo devotamento e solicitude fraternais que promove. Deve-se-lhe o despovoamento gradativo das zonas de purgação moral da Espiritualidade.
Deixa-te enternecer ante os painéis comovedores das crises de pranto, vezes e vezes temperadas em sangue e suor; contudo, não te detenhas aí: busca dirimi-las.
Perlustra as vielas ínvias da necessidade e beneficia as almas que se agitam em desespero, dentro da jaula do próprio corpo.
Tem dó, não apenas dos quadros gritantes de falência íntima, mas também dos padecimentos mascarados de silêncio e de orgulho, ingenuidade e inexperiência.
Inunda de amor os corações mantidos sob o vácuo do tédio.
Protege a infância desvalida, pois os pequenos viajores da carne carecem de guias.
Favorece com a moeda e abençoa com a palavra os pedintes andrajosos somente acariciados pelos cães que vagueiam nas ruas.
E na certeza de que a piedade sincera jamais expressa covardia a derruir o bem, nem ridículo a excitar o riso alheio, acatemo-la como força de renovação das almas e luz interior da Verdadeira Vida, eternizada por Deus.
Sê compassivo.

MINHA REFLEXÃO
O capítulo do ESE que deu origem a mensagem de Cairbar Schutel trata da caridade; e uma das mensagens desse capítulo nos lembra o valor espiritual da piedade, que é o melancólico, mas celeste precursor da caridade, primeira das virtudes que a tem por irmã e cujos benefícios ela prepara e enobrece. - Miguel. (ESE, Cap. XIII, Item 17, Bordéus, 1862).
Existe muita dor espalhada por aí e nós podemos nos misturar aos que sofrem, esquecendo nossas mazelas, já que temos recursos espirituais (conhecimentos religiosos) capazes de nos fazer missionários da consolação e da esperança. Mas, só consolaremos e levaremos a esperança aos que sofrem se formos conscientes que estamos num mundo de provas e expiações e que nossa vida tem um único objetivo: fazer-nos progredir.
Lembremos que o progresso resulta exatamente em tratar os problemas como elementos evolutivos e se hoje não temos as dores lancinantes de alguém que sofre, poderemos no futuro, por nossa vez, passar pelos mesmos problemas.
Não sejamos impiedosos a ponto de rejeitar a dor alheia. Não sejamos tão apegados aos nossos problemas como se não tivessem do nosso lado pessoas com problemas muito maiores que aqueles que temos que administrar no nosso cotidiano.
Algumas pessoas às vezes por não suportar suas dores se portam de forma agressiva quando em contato conosco e ao sermos pegos de surpresa com aquela atitude, nem pensamos que elas trazem problemas, que se soubéssemos da existencia não reagiríamos com a mesma moeda. Elas muitas vezes acabam se tornando instrumentos de provas (compaixão) e/ou expiação (perdão).
SEJAMOS COMPASSIVOS.
QUE DEUS NÃO NOS DEIXE ESQUECER ISSO.
PAZ E ALEGRIAS