sábado, 28 de junho de 2008

A POESIA PERDIDA

Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei a meu Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (JOÃO, 14:15 à 17 e 26)
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A POESIA PERDIDA


MANUEL QUINTÃO
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 4 do Cap. VI do ESSE

O Consolador é a onipresença de Jesus na Terra.
Ao influxo da Benemerência Celeste, ele assevera os gestos impensados das criaturas que gemem esporeadas pelas provações; aplaca os gritos blasfemos que se elevam de muitas bocas com requintes insaciáveis de orgulho; recompõe os rostos incendidos pelo fogo de multifárias paixões e soergue os proscritos do remorso que se escondem nas dores devoradoras, desmemoriados na retificação que o destino lhes retraça.
O Consolador Prometido!....
Sursum corda!
Res, non verba!...
Seguindo-lhes os ditames, jamais desfites o alvo em mira, pois os olhos voltívolos não podem fixar os painéis vislumbrados nos cimos.
Recorda que todas as cenas humanas têm seus bastidores espirituais. Se vives em ânsia de paz interior, sustém o império sobre ti mesmo.
Espaneja em ti a carusma dos preconceitos que te dançam na mente, qual poeira de sombra, entenebrecendo-te a razão.
Recolore os ideais com novas tintas de alegria, esperança e coragem, no combate aos erros bastas vezes milenares.
Estende um pensamento bom aos cépticos transviados no dédalo das indagações contraditórias, ferretoados no duelo interior da dúvida.
Foge à voz bramidora da censura para que os teus lábios festejem os ouvidos alheios com expressões de conselho e acento de consolo.
Borda a palavra com doçura e repete mansamente a própria benção quando a tua voz se perca entre os clamores dos que passam a vociferar rebeldia e avançam espavorido por veredas em chamas.
Socorre as mães desditosas, cujos filhinhos doentes vertem lágrimas a se transmutarem nos livores macilentos da morte.
Afaga, ao calor das frases de fraternidade revigoradora, as têmporas encanecidas e latejantes que te suplicam algum óbolo de carinho.
Desfaze o véu do pranto de agonia de quem chora às ocultas, no sarcófago das trevas de si mesmo.
Derrama preces confortativas entre os peregrinos da morte que não se resguardaram para a Grande Viagem e carreiam o coração em atropelos, de espanto a espanto, ante a perpetuidade da vida.
Em toda estrada vicejam alfombras de sorrisos e chovem lágrimas de aflição, mas o amor, com o Cristo-Jesus, recupera a poesia perdida ao longo de nosso caminho, pois só ele transforma o miasma em perfume, o incêndio em luz, o espinho em flor, o deserto em jardim e a queda em ascensão.

MINHA REFLEXÃO

Manuel Quintão em sua mensagem verdadeiramente poética nos traz a necessidade de revertermos a função da palavra que temos usado ao longo de nossa vida milenar nesse planeta de provas e expiações.
Como a temos usado para ferir o nosso semelhante, e, em particular, os que convivem conosco sob o mesmo teto.
Pelo contrário, deveríamos estar usando-a na missão consoladora de levar o esclarecimento e o consolo àqueles que sofrem e não compreendem por que sofrem.
Desse modo estaríamos sendo colaboradores da realização da promessa do Cristo e fazendo valer essa assertiva de Allan Kardec: “Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse sobre o Consolador prometido; o conhecimento das coisas, que faz com que o homem saiba de onde vem, para onde vai e por que está na Terra; lembrança dos verdadeiros princípios da Lei de Deus e a consolação pela fé e pela esperança” (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 6, Item 4).
Quando utilizamos a palavra para ferir damos continuidade ao nosso movimento em direção a dor e deixamos os outros na incumbência, por sua vez, de ser misericordioso para conosco. Passamos a ser fardos para os outros, que se basearem na Boa Nova do Cristo não sentirão tão pesado, mas se for o contrário, estarão como nós a favorecer o ciclo de animosidade que por preguiça espiritual alimentamos.
Que sejamos poetas da consolação e do esclarecimento espírita-cristão.
Paz e alegrias!!!