quinta-feira, 14 de maio de 2009

O PRIMEIRO

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O PRIMEIRO

EMMANUEL
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 3
[1] do Cap. VII do ESE


“E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo.” – JESUS.
(MATEUS, 20:27)

Nos variados setores da experiência humana, encontramos as mais diversas criaturas a buscarem posições de destaque e postos de diretiva.
Há pessoas que enveredam pelas sendas do comércio e da indústria, em corrida infrene por se elevarem nas asas frágeis da posse efêmera
Muitas elegem a tirania risonha no campo social, para se afirmarem poderosas e dominantes.
Outras pontificam através do intelecto, usando a Ciência como apoio da autoridade que avocam para si mesmas.
Temos ainda as inteligências que, em nome da inovação ou da arte, se declaram fracamente partidárias da delinquência e do vício, para sossegarem as próprias ânsias de fulguração nas faixas da influência.
Todas caminham subordinadas às mesmas leis, elevando-se hoje, para descer amanhã.
O império econômico, a autoridade terrestre ou o intelectualismo sistemático possibilitam a projeção da criatura no cenário humano, à feição de luz meteórica, riscando, instantaneamente, a imensidade dos céus.
Em piores circunstâncias, aquele que preferiu o brilho infernal do crime, esbarra, em breve tempo, com a dureza de si mesmo, sendo constrangido a reunir os estilhaços da vida, provocados por suas ações lamentáveis, na recomposição do destino próprio.
Grande maioria toma a aparência do comando como sendo a melhor posição, e raros chegam a identificar, no anonimato da posição humilde, o posto de carreira que conduz a alma aos altiplanos da criação.
Apesar de tudo, porém, a verdade permanece imutável.
A liderança real, no caminho da vida, não tem alicerces em recursos amoedados.
Não se encastela simplesmente em notoriedade de qualquer natureza.
Não depende unicamente de argúcia ou sagacidade.
Nem é fruto da erudição pretensiosa.
A chefia durável pertence aos que se ausenta de si mesmos, buscando os semelhantes para servi-los...
Esquecendo as luzes transitórias da ribalta do mundo...
Renunciando à concretização de sonhos pessoais em favor das realizações coletivas...
Obedecendo aos estímulos e avisos da consciência...
E por amar a todos sem reclamar amor para si, embora na condição de servo de todos, faz-se amado da vida, que nele concentra seus interesses fundamentais.
MINHA REFLEXÃO
Para nós, que ocupamos o cargo de Coordenação de um programa que envolve um grupo relativamente grande de pessoas, essa mensagem é por demais implicante.
Faz-me raciocinar que nem sempre teremos a nossa disposição aqueles que contamos para tocar um barco. Às vezes temos que tocar sozinho, aguardando mais na frente o companheiro que se afastou momentaneamente. Já comentamos sobre isso em uma mensagem anterior a essa. Nem sempre as coisas estarão fáceis para os companheiros colaborarem como gostariam, apesar de serem, em alguns casos, pagos para fazer o trabalho que intimamente reclamamos que não estão fazendo. É nessa hora que devemos agir conforme o Emmanuel nos orienta: “A chefia durável pertence aos que se ausenta de si mesmos, buscando os semelhantes para servi-los...”. Assim daremos nossa contribuição enquanto estamos a caminho, de forma efêmera.
Nessas horas temos que ter mesmo muita humildade e paciência para o compromisso que assumimos na condição de coordenador/chefe, não caia na derrocada. Temos que chamar para nós a responsabilidade que poderia ser compartilhada. É notório que nem sempre reagimos naturalmente, pois ainda falta um delta não muito pequeno para sermos tolerantes e indulgentes nas situações de abandono em que venhamos a nos encontrar pelos companheiros de labor.
São experiências que ficam para o nosso aprendizado enquanto subordinados em outras situações.
Entendo que a liderança se faz, fazendo... Pegar na charrua primeiro é o melhor exemplo e motivação para os liderados. As reclamações devem ser ditas pelo esclarecimento e conscientização, creio. Algumas vezes podem ocorrer equívocos em que não seremos compreendidos e seremos rechaçados na condição de coordenador e ouvir reclamações injustas e ríspidas. Vivemos recentemente isso.
Nesse caso o líder tem que ser liderado pelas circunstancias, tentando manter o equilíbrio, que nem sempre é possível, no estágio evolutivo que se amolda, fazendo substituições que se farão necessárias, em algum momento, sem romper pessoalmente com a pessoa dispensada. Substituições que decorrem de um ciclo de um acompanhamento e avaliação.
É muito difícil deixar de contar com alguém e não querer mais que ela trabalhe consigo. Mas às vezes teremos que fazer escolhas e sempre seremos tido a conta de orgulhoso ao dispensar alguém, em particular pelo dispensado. Já passamos por essa experiência e não foi fácil e com certeza ainda vamos passar. Aqueles que foram ou serão, esperamos poder algum dia nos encontrar e podermos trabalhar juntos por uma mesma causa e de forma harmoniosa. Espero em Deus essa chance.
Paz e alegrias.

[1] AQUELE QUE SE ELEVA SERÁ REBAIXADO
3. Por essa ocasião, os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram: “Quem é o maior no reino dos céus?” – Jesus, chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu: “Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no reino dos céus. – Aquele, portanto, que se humilhar e se tornar pequeno como esta criança será o maior no reino dos céus – e aquele que recebe em meu nome a uma criança, tal como acabo de dizer, é a mim mesmo que recebe.”
(S. MATEUS, 18:1 a 5).