sábado, 23 de janeiro de 2010

PRECE NO TEMPLO ESPÍRITA

Com esta mensagem eu encerro um ciclo de reflexões sobre as mensagens do livro "O Espírito da Verdade" (FEB). Foram exatos dois anos, pois na data dessa postagem, esse trabalho aniversariou pela segunda vez e coincidiu com a última mensagem do livro.
Intenciono voltar a cada mensagem refletida e refletir sobre a minha reflexão.
Agradeço a todos (foram poucos) que fizeram comentários em alguma postagem minha, ressaltando que os poucos comentários foram muito valiosos pelo estímulo que me deram.
Muito grato a Deus, também, e a todos os Espíritos desencarnados que me inspiraram em alguma vez na minha reflexão, se é que não foram em todas....
104
PRECE NO TEMPLO ESPÍRITA



EMMANUEL
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 4
[1] do Cap. XXVIII do ESE


Senhor Jesus, abençoa, por misericórdia, o lar que nos deste ao serviço da oração.
Reúne-nos aqui em teu amor e ensina-nos a procurar-te para que não nos percamos à margem do caminho.
Nos instantes felizes, sê nossa força, para que a alegria não nos torne ingratos e insensíveis.
Nos momentos amargos, sê nosso arrimo, para que a tristeza não nos faça abatidos e inúteis.
Nos dias claros, concede-nos a bênção do suor no trabalho digno.
Nas noites tempestuosas, esclarece-nos o espírito para que te entendamos a advertência.
Inclina-nos a pensar sentindo, para que não guardemos gelo no cérebro, e induze-nos a sentir pensando para que não tenhamos fogo no coração.
Ajuda-nos para que a caridade em nossa existência não seja vaidade que dilacere os outros e para que a humildade em nossos dias não seja orgulho rastejante!...
Auxilia-nos para que a nossa fé não se converta em fanatismo e para o nosso destemor não se transforme em petulância.
Amorável benfeitor, perdoa nossas faltas.
Mestre Sublime, reergue-nos para a lição.
E, sobretudo, Senhor, faze que entendamos a Divina Vontade, a fim de que, aprendendo a servir contigo, saibamos dissolver a sombra de nossa presença na glória de tua luz
!


MINHA REFLEXÃO

Emmanuel, iluminado com sempre, faz uma prece muito orientadora para os que militam na Doutrina Espírita. Os trabalhadores de uma casa espírita, em torno do nome de do Cristo, fazem trabalho de grande ajuda aos que a procuram.
Entretanto, o fato de serem trabalhadores espíritas, por fazerem trabalhos caritativos, não os isentam da reflexão que essa sentida prece de Emmanuel promove.
A humildade na fé é que distingue o verdadeiro espírita, que procura o trabalho espírita, não para se promover como cristão, mas para adiantar serviços há muito adiados, como nos ilumina a parábola dos trabalhadores da ultima hora
[2]
O trabalho espírita é de renúncia, mas ao mesmo tempo de muita alegria por que aquele que o faz sai de sua própria clausura e, em liberdade, voa por ares que fazem ver a vida de um outro ângulo que possibilita antever momentos felizes futuros que são da alma despojada dos apegos materiais, social e mesmo famililar[3].
Que, sendo espíritas, possamos estar sempre sintonizado com o Cristo, como ele nos ensinou, pois se nos reunirmos, em nome dele, ali Ele estará.
Que Deus nos ajude a sempre entender assim.
PAZ E ALEGRIAS

[1] Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei. (S. MATEUS, cap. XVIII, v. 20.)
[2] (S. MATEUS, cap. XX, vv. 1 a 16. Ver também: “Parábola do festim das bodas”, cap. XVIII, nº 1.)
[3] S. LUCAS, (XIV, vv. 25 a 27 e 33.) e (S. MATEUS, cap. X, v. 37.)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ROGATIVA DAS MÃOS

103
ROGATIVA DAS MÃOS



ANDRÉ LUIZ
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 3
[1] do Cap. XXV do ESE


1. Nascemos com você para a realização de sua tarefa.
Não nos deixe desocupadas.
2. Evite usar-nos em bebidas e alimentos impróprios.
Não nos obrigue a impor-lhe o suicídio.
3. Não se queixe do mundo.
Em verdade, não conseguimos apanhar estrelas, mas podemos plantar flores.
4. É possível que você tenha necessidade de estender-nos algumas vezes para pedir.
Antes, porém, dirija-nos ao trabalho, para que venhamos a merecer.
5. Refere-se você à genialidade do cérebro.
Entretanto, sem nós, a Torre Eiffel ficaria em projeto e as sinfonias de Beethoven não passariam de sonho.
6. Orgulha-se você de muitas máquinas.
Contudo, sem a nossa cooperação, seriam elas inúteis.
7. Você diz que a manutenção da própria existência está pela hora da morte.
Mas, se você quiser, cultivaremos feijão, arroz, milho ou batatas e enriqueceremos a vida.
8. Lamenta-se você quanto à falta de empregados.
Não olvide, porém, que é um insulto exigir dos outros aquilo que podemos fazer por nós mesmos.
9. Afirma-se você sem tempo para ajudar, mas despende longas horas em conversações sem proveito.
Recorde que Deus não nos confiou a você para sermos guardadas no bolso ou para sermos dependuradas em janelas e postes, poltronas e balaústre.
10. Em muitas ocasiões você cai na sombra da tristeza ou do desânimo, conservando a cabeça como pote de fel.
Entretanto, se você colocar-nos no serviço do bem, vazaremos suas mágoas através do suor, e você sorrirá, cada instante, encontrando a alegria de viver em forma de nova luz.

MINHA REFLEXÃO
Essa mensagem é muito oportuna, considerando que muito temos a fazer nesse planeta de provas e expiações. Temos que aproveitar bem o tempo que passamos no nosso orbe, nossa morada planetária.
Deus nos dá as provas, e as expiações nos chegam pela nossa incúria com nosso próprio progresso, sendo uma aplicação da lei de causa e efeito. Entretanto, nosso Criador não nos deixa sem condições de trabalho e estudos para o nosso próprio desenvolvimento que deve ser mérito de nós mesmo.
A relação com Deus é também de petitórios, mas não devemos esquecer que Deus nos deu a inteligência para progredir exercendo nossa inteligência nos estudos das possibilidades de resolução dos problemas. Daí a existências dos gênios da humanidade que reencarnaram para dar ao homem condições de uma melhor qualidade de vida, minimizando os sofrimentos e favorecendo-nos com as mordomias que uma sociedade desenvolvida adquire ao longo dos tempos.
O item do Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado “Busca e Achareis”
[2], que inspirou essa mensagem de André Luiz nos mostra que o progresso só se dá por que existe a reencarnação, senão a humanidade teria um eterno começar. A reencarnação possibilita a continuidade do progresso, quando gerações se substituem já tendo um conhecimento suficiente para continuar a obra da anterior. As pesquisas são a aplicação do “Busca e Achareis” e as novas aprendizagens só acontecem em virtude dos conhecimentos prévios, como já dizem os construtivistas.
Sejamos, então, bons utilitários de nossas mãos exercendo nossas ações em prol de nós mesmo e do nosso semelhante
Que Deus nos ajude a sempre entender assim.
PAZ E ALEGRIAS

[1] 3. Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.
[2] Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á. Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? - Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? -Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? (S. MATEUS, cap. VII, vv. 7 a 11.)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

REIVINDICAÇÃO

102
REIVINDICAÇÕES



HILÁRIO SILVA
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 17
[1] do Cap. X[2] do ESE


Há muito aspira Saturnino Peixoto ao interesse de algum homem público para favorecê-lo na abertura de certa estrada.
Para isso, conversou, estudou, argumentou...
Concluiu, por fim, que a pessoa indicada seria o deputado Otaviano, recém-eleito, homem ao qual se referiam todos da melhor maneira, pela atenção e carinho com que se dedicava à solução dos problemas da extensa região que representava.
Depois de ouvir o escrivão da cidade, Saturnino redigiu longa carta-memorial, minudenciando a reivindicação.
E ficou aguardando a resposta.
Correram dias, semanas, meses.
Nenhum aviso.
Revoltado, Saturnino começou a exprobrar a conduta política do deputado que nem sequer lhe respondera à carta.
Sempre que se lembrava do assunto, criticava o político, censurando-o acremente, a envolver todos os homens públicos em condenação desabrida.
Nada valiam ponderações da companheira, D. Estefânia, espírita convicta, que lhe pedia perdoar e esquecer.
Transcorreram três anos, até que a solicitação caducou.
Saturnino, obrigado a desistir da idéia, guardou, contudo, profundo ressentimento do legislador que terminava o mandato.
Certo dia, porém, revolvia os guardados de velha prateleira no escritório, quando encontrou, surpreendido, entre livros e papéis relegados à traça, o memorial que escrevera ao deputado, dentro de envelope sobrescritado, selado e recoberto de pó.
Saturnino se esquecera de enviar a carta...


MINHA REFLEXÃO

Que conseqüências tem uma falha na comunicação, em particular, quando essa comunicação nem chega a partir do emissor. Saturnino, entendendo que não foi atendido, fez julgamentos negativos do político Otaviano. Apesar de sua esposa Estefânia, espírita que era, lhe lembrar da indulgencia, Saturnino não lhe deu ouvido e trancou-se em sua indignação de uma pessoa que se sentiu ultrajada.
Em geral, quando não somos atendidos, nesse ou naquele petitório ou em uma atenção, antes que pensemos em pedir explicações da outra parte, fazemos logo as nossas ilações sobre o que aconteceu e nos detemos, maliciosamente, numa falha que, sem certeza da verdade, o o(a) amigo(o) ou mesmo(a) desconhecido(a) cometeu contra nós. Dizemos: “que falta de consideração!”
É muito importante darmos a chance do outro explicar a ausência, a falta de uma resposta que deveria ser imediata, etc. Assim, estamos sendo indulgente a qualquer coisa que tenha acontecido.
A mensagem de João nos leva a refletir ainda que não basta perdoarmos a falta, mas, também, devemos continuar amigo ou mesmo iniciar uma amizade, se possível, com aquele que nos cometeu uma falta.
Que sejamos amigos sempre, incondicionalmente... Uma falta nunca deve ser motivo para nos afastarmos em definitivo de alguém.

Que Deus nos ajude a sempre entender assim.
PAZ E ALEGRIAS

[1] (...) Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação (...). João, Bispo de Bordéus, 1962.

[2]Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (S. MATEUS, cap. V, v. 7.).
Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; - mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)
Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. - Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: "Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?" - Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22.)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

QUANDO VOLTARES

101
QUANDO VOLTARES

MEIMEI
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 7* do Cap. XVIII do ESE

Sofres pedindo alívio e inebrias-te na oração, como quem sobe ao Céu pela escada sublime da benção...
Rogas a presença do Cristo.
Todavia, não encontras o Mestre, diante de quem prostrarias de rastros.
Sabe, porém, que nas alturas os Braços Eternos te sustentam a vida e, enquanto te enterneces na melodia da confiança, sentes que tua alma se coroa de luz, ao fulgor das estrelas.
Suplicas, em prece, a própria felicidade e a felicidade dos que mais amas, obtendo consolo e refazendo energias...
Contudo, quando voltares da divina excursão que fazes em pensamento, desce teus olhos no vale dos que padecem.
Surpreenderás aqueles para quem leve migalha de teu conforto expressará sempre, de algum modo, a aquisição da perfeita alegria.
Os mutilados em pranto oculto, os enfermos deixados aos pesadelos da noite, os infelizes em desespero e os pequeninos que se amontoam ante o lar de ninguém.
Descobrindo-os, decerto não lhe alongarás apenas o olhar dorido, mas também as próprias mãos, aprendendo a redentora ciência de auxiliar.
Compreenderás então que podes igualmente distribuir na Terra o tesouro de amor que imploras do Céu, e quem sabe?
Talvez hoje mesmo, penetrando o quarto sem lume de algum doente que o mundo esqueceu no catre da angústia, encontrarás o Senhor, velando-lhe as horas, como a dizer-te com ternura inefável:
- “Para que me chamaste? Eu estou aqui.”

MINHA REFLEXÃO
É muito fácil levantar os olhos aos Céus e glorificar o Mestre Jesus. A oração, realmente nos eleva espiritualmente nos deixando leves, às vezes a flutuar.
No entanto, ao descermos das alturas em que estávamos a pairar, nos deparamos com a realidade dura e às vezes cruel em que vivem aqueles que nos envolvem, seja familiarmente ou socialmente.
Se a oração não nos sensibiliza a dar a mão a quem necessita, seremos aqueles que constroem a casa na areia e, então, grandes são suas ruínas. Termos perdido nosso tempo ou adiado nossa felicidade um pouco mais.
Jesus nos lembrou, na parábola do bom samaritano (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.) se fizéssemos aos mais pequeninos de seus irmãos, estaríamos fazendo a ele mesmo. Daí a simbologia dessa mensagem, quando o crente, depois de orar, encontra Jesus ao pé do leito de um desvalido.
Que oremos sim, mas que não nos esqueçamos de descer das alturas e encontrar com o nosso Senhor em sua seara de assistência aos necessitados.
Que Deus nos ajude.
PAZ E ALEGRIAS


*7. Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que construiu sobre a rocha a sua casa. - Quando caiu a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos sobre a casa; ela não ruiu, por estar edificada na rocha. - Mas, aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derrubada; grande foi a sua ruína. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 24 a 27. - S. LUCAS, cap. VI, vv. 46 a 49.)