terça-feira, 16 de junho de 2009

NA TAREFA DE AJUDAR

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NA TAREFA DE AJUDAR


ANDRE LUIZ
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 11 do Cap XIII do E
SE


Auxilie a quem lhe procure a presença, mas não se esqueça de socorrer diretamente quem padece a distância.
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Transfira a cooperação alheia aos lares menos aquinhoados, porém, não se desobrigue de contribuir com a sua cota de ajuda pessoal.
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Distribua o que lhe sobre à mesa, tanto quanto no guarda-roupa e na bolsa; contudo, siga além, doando a quem sofre os recursos positivos de seu sentimento.

Empreste, com justiça, o que lhe peçam; no entanto, não menospreze transformar os seus empréstimos em dádivas fraternais.
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Colabore indiscriminadamente para o bem de todos aqueles que lhe estejam próximos; todavia, esforce-se por aprimorar os métodos da sua colaboração para ajudar melhor.
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Organize a sua vida em disciplina rigorosa no dever cumprido, ainda assim, faça o tempo de persistir no trabalho de assistência aos irmãos em luta maior.
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Atenda ao estômago faminto e ao corpo enfermo do companheiro em provação; entretanto, não recuse favorecê-lo com a palavra consoladora e com o livro nobre.
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Seja o intermediário entre distribuidores generosos e corações menos felizes, porém, não deixe de convidar, aos que se beneficiam materialmente, a se beneficiarem, do ponto de vista moral, nas visitas de socorro evangélico e solidariedade humana.
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Dê o máximo de suas possibilidades no amparo aos semelhantes, mas não se satisfaça com os resultados, buscando enriquecer aos seus dotes de eficiência no plantio da caridade.
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Exemplifique a beneficência, tanto quanto lhe seja possível, em todas as circunstâncias; contudo, prefira a naturalidade e a discrição para revestir as suas mínimas atitudes.
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Lembre-se de que, na tarefa de ajudar, o bem maior é sempre aquele que ainda está por fazer, à espera da nossa disposição.

MINHA REFLEXÃO

Me tocou muito o seguinte pensamento de Emmanuel: “Colabore indiscriminadamente para o bem de todos aqueles que lhe estejam próximos; todavia, esforce-se por aprimorar os métodos da sua colaboração para ajudar melhor.”

Ajudar... Nossas práticas muitas vezes mostram que ainda somos muitos noviços nessa arte. Quantas vezes quisemos ajudar e em vez disso, agredimos os nossos entes queridos. Quantas vezes tolhemos a liberdade do outro, quando mesmo não lhe minamos sua auto-estima em nome da orientação “mais” ajuizada.

Quando pensamos que temos muito a ajudar, o encontro com o infortúnio ou com aquele que achamos que precisam de nossa ajuda, nos ensina que a ajuda demandada é outra e então devemos pensar em outra forma de ajudar ou entregar a Deus que é infinitamente justo e bondoso que sabe o melhor momento para todos receberem a ajuda que eles mesmos pedem em oração quando estão cansados de sofrer.

É então que deveremos estar preparados para dar as mãos como já recebemos ou receberemos no futuro quando tivermos também a mesma necessidade da ajuda de alguém para resolver nossos problemas criados ao longo de nossa trajetória espiritual e que por muito tempo relegamos para frente a solução dos mesmos.

No tocante à beneficência em geral, somos todos convidados a agir conforme o Evangelho nos ensina: ajudar indiscriminadamente, sem olhar a quem. As oportunidades são muito amplas e Jesus sempre nos espera pela nossa disposição, mas nos prendemos aos nossos familiares, ao nosso cotidiano, perdendo a oportunidade de nos felicitar com a felicitação daqueles mais humildes e sofredores de toda sorte de carência.

Vivemos num mundo de provas e expiações e nele somos convidados a solidariedade como nós mesmos precisamos ou precisaremos. Quando Jesus diz que todo bem que for feito aos mais pequeninos será como se fosse feito a eles é que se mostra coerente com a Bem Aventurança, prometida por ele mesmo: Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. – Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. – Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.). Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. – Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. - Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.)

Ninguém sofre injustamente, mas também ninguém é jogado nesse mundo a própria sorte e o Mestre conta com todos que solícitos cumprem com a sua Bem-Aventurança, pois como podemos ser felizes na aflição se não temos a quem recorrer de um modo ou de outro?

É bem verdade que essa Bem-Aventurança tem também a ver com a felicidade que o aflito atinge ao deixar esse mundo depois de ter passado as privações necessárias para a sua evolução. No entanto, não é por que temos que superar as adversidades que temos que passá-las sozinhos.
E cada um por agir com solidariedade estará também aquinhoando-se de dádivas para os dias de suas provações e também se tornando mais forte espiritualmente para vivê-las.

A alegria daquele que sofre é um bálsamo em nossas feridas espirituais. Acreditar na solidariedade é construir em torno de nós uma família que desconhecemos, pois ajudar alguém, significa ajudar a sua família, não importa se a desconhecemos no momento, pois ela se mostrará no seu mundo primeiro: o espiritual.

Então, que seja bem-vinda a solidariedade, pois ela nos mostra como são pequeninos os nossos problemas e até os esquecemos quando estamos a agir em favor de JESUS.

PAZ E ALEGRIAS....

A Beneficência (IN: EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, CAP. XIII, ITEM 11)
11. A beneficência, meus amigos, dar-vos-á nesse mundo os mais puros e suaves deleites, as alegrias do coração, que nem o remorso, nem a indiferença perturbam. Oh! pudésseis compreender tudo o que de grande e de agradável encerra a generosidade das almas belas, sentimento que faz olhe a criatura as outras como olha a si mesma, e se dispa, jubilosa, para vestir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis comparar às que celebrais quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas famílias que da vida apenas conhecem as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados refulgirem subitamente de esperança, porque, faltos de pão, os desgraçados ouviam seus filhinhos, ignorantes de que viver é sofrer, gritando repetidamente, a chorar, estas palavras, que, como agudo punhal, se lhes enterravam nos corações maternos: "Estou com fome!..." Oh! compreendei quão deliciosas são as impressões que recebe aquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e tende em mente estas palavras do Salvador: "Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!" Caridade! sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no futuro e, enquanto se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de satisfação de que gozei na Terra. Que os meus irmãos encarnados creiam na palavra do amigo que lhes fala, dizendo-lhes: E na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede que de misérias a aliviar, que de pobres crianças sem família, que de velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no insulamento! Colhereis nesse mundo bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!... Adolfo, bispo de Argel. (Bordéus, 1861.)