terça-feira, 27 de maio de 2008

O ESPIRITISMO PERGUNTA

“A moral, isto é, o conjunto de regras de conduta, os costumes, bem como os princípios espirituais ensinados por Moisés, eram apropriados ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos chamados à regeneração. [...] O Cristo foi o iniciador da moral mais pura, mais sublime: a moral evangélico-cristã, que deve renovar o mundo, aproximar os homens, uma solidariedade comum; de uma moral perfeita, que deve transformar a Terra e fazer dela a morada para Espíritos moralmente superiores aos de hoje. É a lei do progresso, à qual a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca da qual Deus se serve para fazer avançar a Humanidade”. Cap. I do ESE - Item 9



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O ESPIRITISMO PERGUNTA



MILITÃO PACHECO
Psicografada por Waldo Vieira
Sobre o Cap. I do ESE - Item 9

Meu irmão, não te permitas impressionar apenas com as alterações que convulsionam hoje todas as frentes de trabalhos e descobrimentos na Terra.

Olha para dentro de ti mesmo e mentaliza o futuro.

O teu corpo físico define a atualidade do teu corpo espiritual.

Já viveste, quanto nós mesmos, vidas incontáveis e trazes, no bojo do espírito, as conquistas alcançadas em longo percurso de experiências na ronda dos milênios.

Tua mente já possui, nas criptas da memória, recursos enciclopédicos da cultura de todos os grandes centros do Planeta.

Teu perispírito já se revestiu com porções da matéria de todos os continentes.

Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já marcaram todos os salões da aristocracia e todos os círculos de penúria do plano terrestre.

Tua figura já integrou os quadros do poder e da subalternidade em todas as nações.

Tuas energias genésicas e afetivas já plasmaram corpos na configuração morfológicas de todas as raças.

Teus sentidos já foram arrebatados ao torvelinho de todas as diversões.

Tua voz já expressou o bem e o mal em todos os idiomas.

Teu coração já pulsou ao ritmo de todas as paixões.

Teus olhos já se deslumbraram diante de todos os espetáculos conhecidos, das trevas do horrível às magnificências do belo.

Teus ouvidos já registraram o ar de todos os tipos de sons e linguagens existentes no mundo.

Teus pulmões já respiraram o ar de todos os climas.

Teu paladar já se banqueteou abusivamente nos acepipes de todos os povos.

Tuas mãos já retiveram e dissiparam fortunas, constituídas por todos os padrões da moeda humana.

Tua pele, em cores diversas, já foi beijada pelo sol de todas as latitudes.

Tua emoção já passou por todos os transes possíveis de renascimentos e mortes.

Eis por que o Espiritismo te pergunta:
- Não julgas que já é tempo de renovar?
Sem renovação, que vale a vida humana?

Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não terias necessidade de novo corpo e de nova existência – prosseguirias de alma jungida à matéria gasta da encarnação precedente, enfeitando um jardim de cadáveres.

Vives novamente na carne para o burilamento de teu espírito. A reencarnação é o caminho da Grande Luz.

Ama e trabalha. Trabalha e serve.

Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade de transformar.

MINHA REFLEXÃO


Essa mensagem deve/deveria calar fundo em todo aquele que é adepto do Espiritismo.

Deve calar mais fundo naquele que já tem um comprometimento acentuado por divulgar a Doutrina e participar dos trabalhos espíritas da Casa Espírita que freqüenta. Para esse a renovação parece já ter começado pois se dispõe, a mercê de suas imperfeições, a contribuir com uma causa tão bonita que é a de evangelizar o planeta. Ele com certeza tem consciência que ainda tem muito a resolver no que tange às suas próprias imperfeições trazidas ainda bem transparentes e que se revelam mesmo quando quer fazer o bem. O fato de ser espírita não o faz ser um Anjo do dia para a noite, mas "reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más", como nos esclarece Allan Kardec (ESE, Cap. XVII – SEDE PERFEITO – Item 4).

O Espírita convicto é considerado o trabalhador da última hora. Segundo os Espíritos superiores, há quanto tempo esperava o convite. E esse convite chegou e ele deve arregaçar as mangas e se juntar aos outros semelhantes a ele para juntos trabalhar pelo próximo e em particular por si mesmo. É, sim, tempo de renovar-se, pois já perdeu muito o seu tempo em satisfazer seu ego, alimentar sonhos colocados acima dos deveres imediatos, reter-se nas falsas sensações humanas que atrasa o espírito e o faz sofrer no futuro.

“Sem renovação, que vale a vida humana?”, pergunta o Espírito Militão. Realmente, como temos sido preguiçosos em nossa evolução, como temos sido infelizes por não aproveitarmos o máximo possível de cada vida já vivida. E nessa, ainda não despertamos para o “burilamento do espírito”.

Não tinha ainda apreciado essa mensagem deste livro, mas em MINHA REFLEXÃO de outra postagem nesse blog coloquei que muitos pensam que por se achar “bonzinho” com os outros, esquece que essa característica já era própria de si quando nasceu e não se voltam para um trabalho espiritual que pode e muito ajudá-los a progredirem mais rápido e voltarem para a pátria espiritual melhor que chegaram. Infelizmente, ainda se iludem justificando seus atos, que muitas vezes deterioram o próprio corpo, por acharem entre outras coisas que há outros que sofrem muito não fazendo o mesmo, desconhecendo assim a Justiça divina. Infeliz equívoco de quem pensa ou pode vir a pensar assim. Cada um na sua hora. Aliás, acredito, eu próprio já devo ter pensado assim em outras vidas.

O Militão corrobora com o meu pensamento quando afirma que “se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não terias necessidade de novo corpo e de nova existência – prosseguirias de alma jungida à matéria gasta da encarnação precedente, enfeitando um jardim de cadáveres”.

Concluo minha reflexão, ainda pensando na frase que conclui a mensagem do Espírito Militão, fazendo alguns grifos: “Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade de transformar”.
Esperançoso em dias melhores...