sábado, 18 de outubro de 2008

A PAIXÃO DE JESUS

“A resistência do que não crê, convenhamos, se deve frequentemente menos a ele do que à maneira pela qual se lhe apresentam as coisas”(ALLAN KARDEC, In: Item 7 do cap.XIX do ESE).

“A inflexibilidade, no dever, não exige frieza de coração. Fujamos ao proselitismo fanatizante, mas, nem por isso, cultivemos nos outros a aversão por nossa fé”(EWERTON QUADRO, In: O Espírito da Verdade, p. 95)



38
A PAIXÃO DE JESUS

Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 7 do Cap. XIX do ESE


O Espiritismo não nos abre o caminho da deserção do mundo.
S é justo evitar os abusos do século, não podemos chegar ao exagero de querer viver fora dele. Usufruamos a vida que Deus nos dá, respirando o ar das demais criaturas, nossas irmãs.
Para seguir apropria consciência, podemos dispensar a virtude intocável que forja a santidade ilusória.
Não sejamos sombras viva, nem transformemos nossos lares em túmulos enfeitados por filigramas de adoração.
Nossa fé não é campo fechado à espontaneidade.
Encarnados e desencarnados precisamos ser prudentes, mas isso não significa devamos reprimir expansões sadias e não nos abracemos uns aos outros. A abstinência do mal não impõe restrições ao bem.
Assim como a virtude jactanciosa é defeito quanto qualquer outro, a austeridade afetada é ilusão semelhante às demais.
Não façamos da vida particular uma torre de marfim para encastelar os princípios superiores ou estado de exibição para entronizar o ponto de vista.
A convicção espírita não é insensível ou impertinente.
A inflexibilidade, no dever, não exige frieza de coração. Fujamos ao proselitismo fanatizante, mas, nem por isso, cultivemos nos outros a aversão por nossa fé.
Se o papel de vítima é sempre o melhor e o mais confortável, nem por isso, a título de representá-lo, podemos forçar a nossa existência, transformando em verdugos, à força, as criaturas que nos rodeiam.
Não sejamos policiais do Evangelho, mas candidatemos-nos a servidores cristãos.
Nem caridade vaidosa que agrave a aspereza do próximo, nem secura do coração que estiole a alegria de viver.
Quem transpira gelo, dentro em breve caminhará em atmosfera glacial.
A crença aferrolhada no orgulho desencadeia desastres tão grandes quanto aqueles criados pelo materialismo.
Não sejamos companhias entediantes.
Um sorriso de bondade não compromete a ninguém.
A fé espírita reside no justo meio-termo do bem e da virtude.
Nem o silêncio perpétuo da meia-morte, que destrói a naturalidade, nem a fala medrosa da inibição a beirar o ridículo.
Nem os olhos baixos de santidade artificiosa, nem anseio inexperiente de se impor a todo preço.
Nem cumplicidade no erro, na forma de vício; nem conivência com o mal, na forma de aparente elevação.
Fé espírita é libertação espiritual. Não ensina a reserva calculada que anula a comunicabilidade, constrangendo os outros, nem recomenda a rigidez de hábitos que esteriliza a vida simples. Nem tristeza sistemática, nem entusiasmo pueril.
Abstenhamos-nos da falsa idéia religiosa, suscetível de repetir os desvios de existências anteriores, nas quais vivemos em misticismos acabrunhante. Desfaçamos os tabus da superioridade mentirosa, na certeza de que existe igualmente o orgulho de parecer humilde.
O Espiritismo nos oferece a verdadeira confiança, raciocinada e renovadora; eis por que o espírita não está condenado a atividade inexpressiva ou vegetante. Caridade é dinamismo do amor. Evangelho é alegria. Não é sistema de restringir as idéias ou tolher as manifestações, é vacinação conta o convencionalismo absorvente.
Busquemos o povo – a verdadeira paixão de Jesus -, convivendo com ele, sentindo-lhe as dores, e servindo-o sem intenções secundárias, conforme o “amai-vos uns aos outros” – a senda maior de nossa emancipação.

MINHA REFLEXÃO

Realmente, ser Espírita não nos torna superior às outras pessoas pois que somos tão imperfeitOS quanto elas, considerando que todos estamos num mundo de provas e expiações.
A alegria não deve desaparecer de nossos rostos e nem devemos evitar inflexivelmente a companhia de qualquer um.
Contudo, podemos e temos o direito de conviver somente com as pessoas que nos são caras e nas circunstancias mais apropriadas, caso seja possível organizar isso. Nem sempre isso será possível, pois há momentos inesperados que estaremos no convívio de amigos e/ou familiares, mesmo não gozando dos mesmos prazeres, dos quais discordamos e sabemos ser nocivo às suas saúdes.
Não podemos nos isolar, pois precisamos uns dos outros e não conseguimos nos modificar da noite para a dia. Então, devemos ser conscientes que somos Espíritos em evolução e que por mais que desejemos uma mudança radical em nosso comportamento, não conseguimos êxito de imediato. Ou seja, entraremos em conflito conosco mesmos ou desejaremos nos isolar de nós mesmo quando falharmos.
Os espíritas têm uma grande missão que é passar aos não espíritas que eles são alegres, mesmo estando num ritmo forte de cobrança de mudança de si mesmo, trabalhando em sua reforma íntima.
Seria bom que os grupos espíritas respirassem somente paz e alegrias, mas isso não se consegue, em sua maximização, nem nos lares espíritas.
Mas no futuro com certeza seremos mais alegres e unidos
.