terça-feira, 19 de agosto de 2008

AS ESTATUTETAS

Espíritas, nunca vos esqueçais que nas palavras, bem como nas ações, o perdão das injúrias não deve ser uma palavra vazia e inútil. Se vos dizeis espíritas, sede-o de fato. Esquecei o mal que vos foi feito e pensai apenas em uma coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que entrou neste caminho não deve nem mesmo em pensamento desviar-se dele, porque sois responsáveis pelo que pensais, e Deus vos conhece. Fazei, portanto, com que eles sejam desprovidos de qualquer sentimento de rancor. Deus sabe o que se passa no coração de cada um de seus filhos. Feliz, portanto, daquele que pode a cada noite dizer ao deitar-se: “nada tenho contra o meu próximo””.(SIMEÃO, In: ESE, Cap. X, Item 14)
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AS ESTATUETAS


HILÁRIO SILVA
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 14 do Cap. X do ESE


O Diálogo, à noite, entre as duas senhoras, continuava na copa:
- Você, minha filha, deve perdoar, esquecer... Lá diz o Evangelho que costumamos ver o argueiro no olho do vizinho, sem ver trave dentro do nosso...
- Mas, mamãe, foi um insulto! O moço parou à frente da janela, viu as minhas estatuetas e atirou a pedra!
E Dona Balbina, senhora espírita de generoso coração, prosseguia falando à filha, Dona Rogéria:
- Ele é um pobre rapaz obsidiado.
- História! É uma fera solta, isto sim!
- Mas Dona Margarida, a mãe dele, foi sempre amiga...
- Isso não vem ao caso... Cada qual é responsável pelos próprios atos. A senhora sabe que ele é maior.
Precisamos perdoar para sermos perdoados...
- Ser bom é uma coisa, e outra coisa é ser tolo! Darei queixa à polícia... Somente não queria fazê-lo sem ouvi-la; contudo, Fábio e eu estamos decididos. Meu Fábio já anda cansado do volante... Pobre marido! Dinheiro cavado em caminhão é duro de ganhar...
- Meu conselho, filha, é desculpar e desculpar...
- Mas o prejuízo é de dois mil cruzeiros, além da injúria!
- Mesmo assim, o perdão é o melhor remédio.
- Ah! Que será do mundo, assim, sem corrigenda, sem justiça?
Nesse instante, alguém bate à porta.
Ambas atendem.
O portador comunica:
- Um desastre! O senhor Fábio trompou uma casa e a parede caiu!
Mãe e filha correm para o local, que se encontra entulhado de multidão, e vêem a casa acidentada. É justamente a moradia de Dona Margarida, a mãe do rapaz que atirara a pedra.
O caminhão, num lance estouvado, derribara uma parede lateral e penetrara, fundo, inutilizando todo o mobiliário da sala de refeições.
Apagara-se a luz no quarteirão e as duas, sem que ninguém as reconhecesse, podiam escutar Dona Margarida, que sustentava uma vela acesa, diante do guarda de trânsito:
- Peço-lhe – dizia ao fiscal – não abrir processo algum. Não quero reclamações.
- Mas, Dona Margarida – insistia o funcionário -, a senhora vai ter aqui um prejuízo para mais de quarenta contos!
- Não importa. Deus dará jeito. “Seu” Fábio e Dona Rogéria são meus amigos de muito tempo.
As duas senhoras, porém, não puderam continuar ouvindo, pois a voz irritada de Fábio elevou-se da multidão e era necessário socorrê-lo, porque o infeliz estava ébrio.
MINHA REFLEXÃO

Essa mensagem foi inspirada na mensagem de Simeão, cujo extrato digitei no seu topo. Perdoar, eis um ato de profunda sintonia com o Pai Eterno que é misericordioso infinitamente.
Um fato como ocorreu na mensagem pode muito bem acontecer com qualquer pessoa. Veja que a oportunidade de perdoar foi insistentemente apontada pela mãe e a filha se mostrava renitente em não perdoar.
Todos nós estamos passivos de precisar do perdão do outro. É difícil, mas temos que exercitar. 
Estudando sobre isso, encontrei no livro de Hammed, “Renovando Atitudes”, da Editora Boa Nova, psicografado por Francisco do Espírito Santos Neto, um ensaio sobre como perdoar e postei no meu blog do meu spaces (http://macieldm.spaces.msn.com, Categoria: MENSAGENS – Aprendendo a perdoar).
A mágoa, o ressentimento só nos empurra para baixo, nos deixando sem sintonia com as boas idéias. O esforço de se desvencilhar desses sentimentos é as vezes sobre humano, considerando o nosso estágio evolutivo, mas cada vez que exercitarmos com a ajuda dos bons Espíritos, seremos cada vez vitoriosos nessa batalha íntima contra esse vício horrível que ainda arrastamos conosco: o orgulho.
Que Deus nos ajude. Precisamos muito.

domingo, 17 de agosto de 2008

SE TENS FÉ

“Pela prece, o homem atrai para si o auxílio dos bons Espíritos que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e lhe inspirar bons pensamentos. Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao bom caminho, se dele se afastou. Dessa forma, pode desviar de si os males que atrairia devido às suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, vê sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu e arrasta, até o fim de seus dias, uma vida de sofrimentos. Terá ele o direito de lamentar-se por não obter a cura? Não, já que poderia ter encontrado na prece a força para resistir ás tentações” (ESE, CAP. XXVII, PEDI E OBTEREIS, Item 11)

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SE TENS FÉ


EMMANUEL
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 11 do Cap. XXVII do ESE


Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.
Desse modo, não te restrinjas à confiança inerte porque a existência em toda parte nos honra, a cada um, com a obrigação de servir.
Se tens fé, não permitirás que os eventos humanos te desmantelem a fortaleza do coração.
Transitarás no mundo, sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e, mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não ignoras que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo.
Se tens fé não registrarás os golpes da incompreensão alheia, porquanto identificarás a ignorância por misérias extrema do espírito e educarás generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja.
Ainda que os mais amados te releguem à solidão, avançarás para a frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho te envolverá o sentimento em nova luz de esperança e consolação.
Se tens fé, não te limitarás a dizê-la simplesmente qual se a oração sem as boas obras te outorgasse direitos e privilégios inadmissíveis na Justiça de Deus, mas, sim, caminharás realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem para todas as criaturas.
Se tens fé, sustentarás, sobretudo, o esforço diário do próprio burilamento, através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que, aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei
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MINHA REFLEXÃO

Emmanuel começa a sua mensagem enfatizando que, em outras palavras, não adianta ter fé sem o exercício da boa obra em favor de si mesmo e dos outros que nos cercam. “Pedi e obtereis”, o Cristo nos ensinou. Entretanto, é importante salientar que não devemos ficar esperando chegar a resposta de forma inerte. Temos responsabilidades sobre a nossa vida e tudo que fizermos contará para que a prece seja atendida. O merecimento é fundamental na obtenção do beneplácito Celestial. Há pedidos que por mais que tenhamos direito de fazê-lo, por sermos filhos do Pai eterno, temos que considerar o nosso histórico espiritual e encarnatório.

Não podemos esperar que uma doença se cure automaticamente pelo simples fato de termos feito uma prece, considerando que há efeitos que causamos em nosso corpo que demanda tempo para recuperá-lo e às vezes isso dará com muita dor iniciando nessa e continuando em outra.

Entretanto, como diz Emmanuel, se tivermos fé, daremos continuidade a nossa vida independente de estarmos sentindo o efeito de nossa irresponsabilidade com relação a nossa vida e a dos outros, pela influência que exercemos sobre o nosso destino e sobre a vida de quem convive conosco.

A prece é um forte recurso para nos fortalecer moralmente a continuarmos nossa vida independente:
- da atenção e compreensão dos outros, em particular os entes queridos, em relação as nossas dificuldades;
- de uma doença que nos impede o exercício de nossas potencialidades;
- do reclame no corpo do vício que tentamos deixar;
- da forte impulsão moral negativa construída ao longo da nossa trajetória espiritual e que agora determinamos extirpa-la de nós.

Entretanto, se não tivermos fé, a prece não terá seu efeito. E a mostra da falta de nossa fé está nas nossas atitudes negativas em relação ao que foi listado acima, como exemplo.

Quantas vezes acabamos de orar, e de repente ao sermos provados no exercício da fé, caímos e mostramos o HOMEM VELHO que resiste em nós, que se revela pela impaciência de não aceitar uma dor moral ou física ou pela intolerância em relação às imperfeições alheias ou a volta ao vício, para dar exemplos.

Vigilância na vida espiritual é o mesmo que o exercício da fé e requer obras.

Que Deus nos ajude a ser mais forte moralmente, para que construamos em nós um repositório de merecimentos que nos brindarão no futuro com DIAS MELHORES.