quinta-feira, 4 de junho de 2020

PROVAS DECISIVAS

68 PROVAS DECISIVAS
LAMEIRA DE ANDRADE Psicografada por WALDO VIEIRA Sobre o Item 19 do Cap V do ESE
Clamas contra o infortúnio que te visita e desespera-te, sem reação construtiva, ante as horas de luta. Falaram-te do Senhor e dos aprendizes abnegados que o seguiram, nas horas primeiras, na senda marginada de prantos e sacrifícios... Queres, porém, comungar-lhe a paz e viver em menor esforço... Todavia, quase todos os grandes vultos da Humanidade, em todas as épocas e em todos os povos, passaram pelo tempo das provas decisivas. Senão observemos: Cervantes ficou paralítico da mão esquerda e esteve preso sob a acusação de insolvente, mas sobressaiu acima da injúria e legou um tesouro à literatura da Terra. Bernard Palissy experimentou tamanha pobreza que chegou, em certo momento, a queimar a mobília da própria casa, a fim de conseguir suficiente calor nos fornos em que fazia experiências; contudo, atingiu a perfeição que desejava em sua obra de ceramista. Shakespeare sentiu-se em tão grande penúria, que se achou, um dia, a incendiar um teatro, tomado de desespero; entretanto, superou a crise e deixou no mundo obras-primas inesquecíveis. Victor Hugo esteve exilado durante dezoito anos; todavia, nunca abandonou o trabalho e depôs o corpo físico, no solo de sua pátria,sob a admiração do mundo inteiro. Faraday, na mocidade, foi compelido a servir na condição de ajudante de ferreiro, de modo a custear os próprios estudos; no entanto, converteu-se num dos físicos mais respeitados por todas as nações. Hertz enfrentou imensa falta de recursos e foi vendedor de revistas para sustentar-se; entretanto, venceu as dificuldades e tornou-se um dos maiores cientistas mundiais. De igual modo, entre os espíritas as condições de existências terrestres não têm sido outras. Na França, Allan Kardec sofreu, por mais de uma década, insultuoso sarcasmo da maioria dos contemporâneos; contudo, jamais desanimou, entregando à posteridade o luminoso patrimônio da Codificação. Na Espanha, Amália Domingo Sóler, ainda em plenitude das forças físicas, tolerou o suplício da fome, na flagelação da cegueira; todavia, nunca duvidou da Providência Divina, consagrando ao pensamento espírita a riqueza de suas páginas imortais. No Brasil, Bezerra de Menezes, abdicando das fulgurações da política humana e, não obstante a posição de médico ilustre, partiu da Terra, em extrema necessidade material, o que não impediu a sua elevação ao título de Apóstolo. Em razão disso, não te deixes vencer pelos obstáculos. A resignação humilde, a misturar lágrimas e sorrisos, anseios e ideais, consolações e esperanças, constrói sobre a criatura invisível auréola de glória que se exterioriza em ondas de simpatia e felicidade. Quando o carro de tua vida estiver transitando pelo vale da aflição, recorda a paciência e continua trabalhando, confiando e servindo com Jesus.

MINHA REFLEXÃO A Mensagem de Lameira de Andrade foi inspirada por Santo Agostinho, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Cap. V, intitulado Bem-Aventurados os Aflitos, quando fala das provas que pedimos antes de reencarnamos e que agora não deveríamos nos colocar diante de Deus como coitados que precisam de isenção da dor para pensar na felicidade.
A felicidade não é deste mundo, já nos asseverou Jesus; então iludido é aquele habitante de um planeta de provas e expiações como a Terra, por pensar que está aqui para fazer turismo. Não, estamos aqui para realizar o melhor pela nossa progressão espiritual, nos livrando do nosso carma negativo acumulado desde que nos enveredamos pelas desobediências às Leis Naturais, que preservam a nossa integridade espiritual e física e abre o caminho para a nossa felicidade.

“Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.” (François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot, In: Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 20, em sua mensagem intitulada "Felicidade não e deste mundo”.

Gostei muito do pensamento do Espirito Lameira: “Quando o carro de tua vida estiver transitando pelo vale da aflição, recorda a paciência e continua trabalhando, confiando e servindo com Jesus.” Entendo, a partir desse pensamento, que a vida não pára por que sofremos. Muito podemos fazer mesmo numa condição infeliz, que muitas vezes não é tão relevada porque nos absorvemos no trabalho, seja espiritual ou profissional e contamos com a amizade dos espíritos amigos, sejam encarnados ou desencarnados.

Infeliz não é quem tem que passar um sofrimento, mas aquele que foge dele, pois disse Jesus: Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. - Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)
Paz e alegrias!!